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Capítulo 6 - Conheço alguns senpais


Só pra variar um pouco, eu sonhei outra vez que estava no tal Salão das Eras (que mais parecia um planeta dos filmes do Rod e não um salão). Desta vez eu não estava sozinha. Assim que cheguei lá a tal da K e os dois tigres vieram se juntar a mim. Mesmo sendo um sonho, eu ainda tinha medo dos tigres. Eles pareciam meio... inteligentes demais pro meu gosto, mas como era apenas um sonho, deixei pra lá. Não tinha nada que eu pudesse fazer a respeito.

- Olá Déb - disse K. - Como vão as coisas?

- Oi. Bem, acho. Então... você mora aqui?

K riu, não sei do que. Até os tigres pareceram achar graça na minha pergunta.

- Não, tolinha. Aqui é os Salão das Eras, ninguém mora aqui. Estamos aqui de passagem, assim como você.

- Hum... e por que estamos aqui?

- Bem... você para ouvir e aprender, eu e os outros para te ensinar.

Olhei para os tigres e depois para ela novamente. O que um tigre poderia me ensinar? As melhores formas selvagens de prevenir pulgas africanas? É, essa eu passava.

- Venha andar comigo e conhecer alguns amigos - disse K. Sem ter o que fazer, eu a segui.

Passamos por vários portais, mas ela não parou em nenhum. As vezes apareciam algumas arvores. Passamos por um rio que desaguava em uma linda cachoeira, mas a agua era verde-claro. Achei melhor não beber.

Enfim, chegamos a um deserto, com um portal feito de pedra azul com pontinhos cintilantes.

- Esse é o próximo passo que você deve dar, Déb. Vá em frente, toque o portal.

Olhei para o portal por um tempo. Tenho que admitir que estava bem curiosa para saber quem ou o que iria sair dali. Avancei e toquei no portal, que imediatamente começou a brilhar. K, os tigres e eu nos afastamos enquanto quatro adolescentes passavam pelo portal.

Os dois garotos eram negros, mas um tinha o cabelo enrolado até a metade do pescoço e os olhos um pouco puxados. Usava camisa branca e calça bege, ambos de algodão. O outro era careca e tinha lábios mais carnudos. Estava de calça jeans e uma camiseta sem manga de um time americano de sei lá qual esporte (não ligo nem para esporte brasileiro, porque ligaria para os americanos?).

Uma das meninas era loira, usava calça bailarina euma blusinha preta. Seu cabelo ia até a cintura e seus olhos era azuis. A outra era morena e usava um bonito vestido vermelho. Seu cabelo liso escuro ia até a altura dos ombros. Pela maneira que estavam juntos, deu pra perceber que a loira e o careca eram um casal, enquanto a morena e o outro garoto formavam outro. Percebi que eles também nos avaliavam. Foi o moreninho que tinha cabelo que quebrou o gelo. Ele falou com K antes de falar comigo.

- Você é K, certo?

K confirmou com a cabeça, mas antes que pudesse falar alguma coisa a menina loira passou a mão no rosto e suspirou, olhando pra cima.

- Francamente irmãozinho, é lógico que ela é a K. Ela está com dois tigres do lado dela, se você não percebeu. Quem você acha que ela é? Branca de neve? Papai Noel? Francamente...

- Hei, fica quieta. É preciso quebrar o gelo.

A morena e o careca seguravam o riso. Já que os dois que brigavam eram irmãos, aquilo deveria ser  normal. Ignorando os irmãos que discutiam, a morena olhou pra mim.

- Olá Déb. Desculpe nossos.. hã... lideres. Eles têm alguns problemas familiares que esquecem de omitir quando temos visitas.

Os dois pararam de discutir. O garoto parecia chateado com o que a namorada disse, mas a garota mostrou-se apenas desinteressada. O careca continuou.

- Sabemos que enfrentou seu primeiro desafio. Saiba que isso é apenas o começo, mas você não estará sozinha.

- Sim - disse a loira -, a ajuda chegará logo. Até lá, você precisa fazer de tudo para se manter viva.

Olhei pra eles, digerindo o que eles falavam.

- Vocês estão dizendo que virão mais mulheres cobra?

- Não sabemos - disse o de cabelo enrolado. - Ainda não se tem idéia de quais seres estão apoiando o inimigo, por isso, tenha cuidado.

- Certo. Hum... e vcs quem são?

Eles se olharam, sem saber bem o que dizer. Acho que não tinham pensado no lance de não poder falar o nome verdadeiro. Bem, só podia ser esse o motivo para a K não ter dito seu nome. No final, foi ela quem os salvou.

- Eles são da Casa da Vida. Este - ela disse apontando para o garoto de cabelo enrolado - é o Faraó.

- Faraó - eu repeti, incapaz de acreditar que aquele moleque era um Faraó. K continuou como se eu não tivesse dito nada.

- A irmã dele é S. A namorada dele é Z. E o namorado da irmã dele é W.

- Vocês são loucos... eu disse.

- Loucos ou não - disse Z -, estamos aqui para te ajudar - ela virou então para K. - Você entregou a ela o colar de contas?

K arregalou os olhos e começou a mexer desesperadamente na sua mochila. S revirou os olhos e estendeu o braço pra mim. Em sua mão tinha uma pulseira com quatro pingentes bem pequenos. Os pingentes eram um falcão, uma lua minguante, um sol e uma cabeça de lobo.

Era lindo, mas não sabia porque estava usando aquilo. Olhei para K, que tinha achado o colar que procurava. Era de ouro, com um pingente estranho. Uma mulher de quatro braços sentada sobre dois tigres, um branco e um preto. Olhei para K, que piscou pra mim.

- É isso ai. Quando precisar de ajuda, toque um pingente e você receberá um pouco do nosso poder. Mas você só pode usar um por vez e, apenas quando estiver em apuros ou precisar muito achar alguém ou alguma coisa. Não use a toa o poder dos seus senpais.

Antes que eu pudesse perguntar o que era um senpai, fui sugada para outro lugar por uma voz estridente que me chamava sem parar.

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